Que seja sempre terra o que é celeste
E que terrestre não seja o que é só terra.
Se é pra chorar, que seja por Vinícius de Moraes, que te troca por outra em um mês, mas escreve isso pra te dar:
Soneto de Devoção
Essa mulher que se arremessa, fria
E lúbrica aos meus braços, e nos seios
Me arrebata e me beija e balbucia
Versos, votos de amor e nomes feios.
Essa mulher, flor de melancolia
Que se ri dos meus pálidos receios
A única entre todas a quem dei os
Carinhos que nunca a outra daria.
Essa mulher que a cada amor proclama
A miséria e a grandeza de quem ama
E guarda a marca dos meus dentes nela.
Essa mulher é um mundo! - uma cadela
Talvez... - mas na moldura de uma cama
Nunca mulher nenhuma foi tão bela.
Sendo assim essa mulher, o que importam as outras?
Mas que seja infinito enquanto dure.
(Na poesia é tudo mais bonito)
* Título roubado de Tom Zé
2 comentários:
Concordo contigo, Ritinha. Vinícius era mesmo um filho da puta que trocava de mulher todo mês, mas ao menos escrevia coisas lindas assim para elas. AIAI.
E tudo a ver a parada de Hilda Hilst, inclusive, ele nunca conseguiu tê-la, né? HAHA.
"Quem pagará o enterro e as flores se eu morrer de amores", não é mesmo?
Abraços,
Gabriela
(Na poesia é tudo mais bonito)(2)
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