segunda-feira, 12 de julho de 2010

Le Cafè

A minha relação com o café começou como - acredito - começam a de todos nós.

Nossas mães alimentam aquela garrafa térmica que trabalha o dia todo.
- Mãe, vamos para a praça!
- Quando eu terminar o cafezinho!

O café era um de meus maiores rivais. Não gosto de café, não quero saber de café.

Então, quando a vida adulta começa a bater à porta com a necessidade de varar noites lendo textos e escrevendo trabalhos, ele se desfaz de sua fantasia de vilão e veste a da salvação; meu maior companheiro de noites não dormidas. Leu comigo Sófocles, Aristóteles, Octavio Paz, Caminha e toda a grade do curso de Letras.
Depois disso, de manhã ele não pôde faltar. Para aguentar a rotina de fim de graduação, com estágios e dias de 18h úteis. Na hora do almoço também era essencial, para aguentar o pique da tarde sem o cochilo e sem perder a concentração. Hoje, virou quase um fetiche.
Com as grandes e saborosas marcas e tipos de grãos; com as possibilidades de mistura nos capuccinos, frappes, moccas, aromatizados, gelatos!
O café virou o programa do domingo à noite; é o agregador, o personagem principal da peça a
que amigos assistem ao redor de uma mesa.
Ele é presente de páscoa, de aniversário, de namorados.
Ele é um quadro no meu quarto.


Ele é o desejo da manhã, da tarde e da noite.

O café é a paixão mais misteriosa que tive até hoje.


E as lojas do Delta são minha roda gigante, no parquinho do delicioso bairro do Recife.