quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Ás às as

Alertaram!
Teu sentimento:
irmão de mármores
e amigo de ventos

E lá se perdeu
a borboleta
recém-nascida do meu casulo

E me perguntaram:
- Já não sabes mais voar?

Minhas asas
perdidas por lá

Passeiam sílfides
livres de mim
e eu estática
era tática do teu frio
duro, exato, vazio

Prossegue a procura
no escuro da tua caverna
escura

Cabra-cega

Onde não há Ariádnes
por onde Pandora espalhou
seu labirinto de males
Onde ficou perdido o detido
o batido das minhas asas esquecido

as asas que ganhei de presente de ti
as minhas asas
as que nunca mais eu vi.