Em um período de ócio laboral, uma boa pedida é abrir a Moderna Gramática Portuguesa de Evanildo Bechara para rever seus conhecimentos gramaticais por uma perspectiva menos gramatiqueira e mais linguística. Aceitei o desafio e, lutando contra as toneladas que pareciam imperar sobre minhas pálpebras, lia com atenção a parte sobre concordância dos verbos e nomes e sobre verbos defectivos, anômalos etc.
Alunos batem à porta da gráfica e meu companheiro de trabalho, responsável por fazer as cópias, não estava lá. Fui eu mesma, pois já aprendi a mexer na maquininha simpática.
Eram dois alunos de uma turma do primeiro ano da qual gosto bastante - aliás, é à que eu mais gosto de dar aula. Um garoto e uma garota, que sempre aparecem pela gráfica para xerocar algum material, fato pelo qual eu brinco sempre com eles.
- Vocês aqui de novo!
- Hahaha! É...
Peguei o livro que eles queriam xerocar, e comecei o serviço.
- Rita, você gosta de verbos?
- Gente, eu estava agora mesmo lendo sobre verbos! Que bizarro vocês me perguntarem isso... Estão estudando conjugação, é?
- É, é um saco! Esse negócio de pretérito perfeito, imperfeito, mais-que-perfeito...
- Rita, você já tinha esse piercing?
- Sim, sempre tive.
- Ah, gente. A diferença entre os pretéritos perfeito e imperfeito é simples. Tudo aquilo que parece não ter mais muita chance de acontecer de novo e que aconteceu um dia é imperfeito. Se eu falava, certamente não falo mais. Mas se eu falei, ninguém pode excluir a possibilidade de eu falar de novo, entenderam? É simples.
- Rita, você namora?
- Não.
- Namorava?
- Sim. Namorava.
- E não vai mais namorar, não é?
- Hehehe... muito bem, parece que vocês aprenderam direitinho.
Tenho certeza de que esses alunos jamais errarão quando o assunto for pretérito perfeito e imperfeito.
Existe algo melhor do que fatos pra nos ensinar sobre qualquer coisa?
Contra fatos não há verbos perfeitos, nem pretéritos, nem presentes, nem futuros.
Alunos batem à porta da gráfica e meu companheiro de trabalho, responsável por fazer as cópias, não estava lá. Fui eu mesma, pois já aprendi a mexer na maquininha simpática.
Eram dois alunos de uma turma do primeiro ano da qual gosto bastante - aliás, é à que eu mais gosto de dar aula. Um garoto e uma garota, que sempre aparecem pela gráfica para xerocar algum material, fato pelo qual eu brinco sempre com eles.
- Vocês aqui de novo!
- Hahaha! É...
Peguei o livro que eles queriam xerocar, e comecei o serviço.
- Rita, você gosta de verbos?
- Gente, eu estava agora mesmo lendo sobre verbos! Que bizarro vocês me perguntarem isso... Estão estudando conjugação, é?
- É, é um saco! Esse negócio de pretérito perfeito, imperfeito, mais-que-perfeito...
- Rita, você já tinha esse piercing?
- Sim, sempre tive.
- Ah, gente. A diferença entre os pretéritos perfeito e imperfeito é simples. Tudo aquilo que parece não ter mais muita chance de acontecer de novo e que aconteceu um dia é imperfeito. Se eu falava, certamente não falo mais. Mas se eu falei, ninguém pode excluir a possibilidade de eu falar de novo, entenderam? É simples.
- Rita, você namora?
- Não.
- Namorava?
- Sim. Namorava.
- E não vai mais namorar, não é?
- Hehehe... muito bem, parece que vocês aprenderam direitinho.
Tenho certeza de que esses alunos jamais errarão quando o assunto for pretérito perfeito e imperfeito.
Existe algo melhor do que fatos pra nos ensinar sobre qualquer coisa?
Contra fatos não há verbos perfeitos, nem pretéritos, nem presentes, nem futuros.
4 comentários:
Ah, mas não vão errar mesmo.
(E tô me matando de rir até agora, mesmo sabendo que por um lado eu não deveria)
contra fatos e verbos há vidas imperfeitas, porque, afinal, nada é perfeito nessa vida (nem os verbos?)
Três pra um que este imperfeito ainda balança, mais ou menos dia.
Me fez lembrar do meu passado como aluno da língua era como destes mocinhos aí, tinha uma relação turbulenta e feliz com minha professora :D
lembrei de uma música: "acho que o imperfeito não participa do passado..."
beijos!
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