quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Desmemoriados

Apaga-se a luz, o lápis, a tatuagem.

Apagam-se as velas, os números,

os recados, mensagens, poemas,

os cordéis desencantados.


Apagam-se as horas, respiros, zunidos,

risos.

Os conjuntos sem interseção.


Apagam-se as rosas,

as vermelhas, as brancas.

Apagam-se as palavras de malabares,

os bares, as sutilezas, afeição.


Apagaram-se os verbos no futuro,

do presente, eram presentes.

Ausentes.


Apega-se e não se apaga.

Por mais que se apaguem as coisas,

as lousas, as luzes.


Não se apagam.

E não se acabam.

3 comentários:

Daniel Bastos disse...

Oi blogueira.

<3

Lini disse...

Sentimentos verdadeiros não se apagam nunca, e restam em saudades.

milena disse...

É como uma lanterna com uma pilha infinita. Eu sei, sei bem como é.