segunda-feira, 31 de maio de 2010

Para esquecer a linguística, Claudel.

E chega de linguística! Estou me roubando esse tempinho, em que eu devia ler "O Homem na Língua" de Benveniste - pra poder falar mal de Benveniste amanhã na aula - e vou falar de algo que realmente me toca, além dessa coisa de desvendar o invendável da linguagem.
Camille Claudel, escultora do fim do século XIX, amante e aprendiz do conhecidíssimo Rodin, "conquistou" seu entrelugar nas artes por seu talento incrível e desequilíbrio também.
Falo do filme que (aos trancos e barrancos) consegui terminar de ver ontem. Informações técnicas aqui.

Então, como eu dizia, essa mulher viveu junto de Rodin, aquele escultor de "O Pensador" ,obra que já virou até kitch de tanto ser citada. Eu vi coisas de Rodin ao vivo na Pinacoteca de São Paulo, em março do ano passado, e - sem exageros -  pude provar um pouco do que é ver de perto uma obra de arte. Aliás, São Paulo já vale a existência por tudo de arte que podemos ver ali.

Ok, seus pressupostos são do século XIX. Mas que mania a nossa é a de querer que as pessoas do seu tempo não carreguem nada de seu tempo! A "verossimilhança" trazida por músculos, ossos, faces nada barrocos, mas ainda assim ousados, é muito bonito de se ver.


















Auguste Rodin - A Sombra


Aí é que eu nem conhecia Claudel, culpa - será? - desse patriarcalismo corroborado pela insanidade completa dessa artista maravilhosa. Não dizem que todo gênio não tem equilíbrio emocional algum? 
Então fica aqui a dica do filme. A gente precisa mais de arte. E de loucura.


















 Camille Claudel - O Beijo


2 comentários:

milena disse...

eu vi tudo isso em 2007. por sinal, que saudade de sampa :~ e sim, arte é mesmo foda.

Alisson da Hora disse...

Eu vi o filme nos longínquos 1994. Um dos filmes mais fodas entre os mais fodas que eu já vi. Não à toa, o nome da banda em que eu era um incompetente baixista tinha o nome dela.