Apaga-se a luz, o lápis, a tatuagem.
Apagam-se as velas, os números,
os recados, mensagens, poemas,
os cordéis desencantados.
Apagam-se as horas, respiros, zunidos,
risos.
Os conjuntos sem interseção.
Apagam-se as rosas,
as vermelhas, as brancas.
Apagam-se as palavras de malabares,
os bares, as sutilezas, afeição.
Apagaram-se os verbos no futuro,
do presente, eram presentes.
Ausentes.
Apega-se e não se apaga.
Por mais que se apaguem as coisas,
as lousas, as luzes.
Não se apagam.
E não se acabam.